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5 Fundamentos para uma educação digital bem sucedida

Os 5 pilares para educar para o digital promovendo o bem-estar digital e a segurança online

As nossas 5 regras para um uso saudável das redes sociais

​Sendo as redes sociais e os smartphones um tema complexo, não é fácil simplificar este debate. Porém, se tivesse de definir os 5 fundamentos deste projeto, capazes de contribuir para um crescimento mais saudável de crianças, adolescentes e jovens (incluindo jovens adultos), seriam estes:

  1. Nada de smartphones até aos 14 anos

  2. Nada de redes sociais até aos 16 anos

  3. Fim dos smartphones nas escolas

  4. Mais autonomia

  5. Literacia digital nas escolas

 

1. Sem smartphones até aos 14 anos

Ter um smartphone é como ter um computador. Nele temos: televisão, máquina fotográfica e de filmar, aparelhagem e consola no bolso. Faz mesmo falta a uma criança tanto gadget? Afinal, o que é que há na vida deles que exija tanta tecnologia? 

Sem dúvidas que há vantagens nestes aparelhos, já para não falar de que os jovens precisam de se comunicar (inclusive com os seus amigos, tão essenciais nesta fase das suas vidas). 

14 anos, para alguns, pode parecer cedo, mas considerando a pressão que sentem os próprios pais e a maturidade que se espera de um adolescente dessa idade, pode ser um número razoável. A ciência reforça isto é, num estudo recente sobre smartphones e saúde mental, feito a mais de 100 000 jovens concluiu-se que crianças que usam um smartphone antes dos 13 anos têm maior risco de depressão, ansiedade, baixa autoestima e até pensamentos suicidas. Assim sendo, melhor esperar. E lembre-se a idade não deve ser o único factor, considere também a maturidade do seu adolscente.

 

2. Nada de redes sociais até aos 16 anos

Também aqui não há um número consensual. Há até especialistas que defendem os 18 anos, e os que sugerem que a criação de um perfil de social media deveria vir acompanhado com a apresentação de um documento de identificação. Desta forma, não só se confirmaria a maioridade, como poderia ser pedida responsabilidade pelo que “se faz/diz” online. 

Voltando aos 16 anos, à partida, com esta idade, o cérebro já é mais maduro e capaz de questionar o que vê e a lógica por trás de cada publicação. Antes disso, não. Mesmo o adoelscente mais esperto e desenvolvido continua permeável à comparação social e com poucas ferramentas para distinguir a verdade da mentira.

 

3. Fim dos smartphones nas escolas

A boa notícia é que escolas e governos parecem alinhados neste sentido e são cada vez mais as iniciativas nesse sentido. Em Portugal, a proibição começa já no próximo ano letivo, 2025/2026, abrangendo os alunos do ensino primário e básico. Muitos educadores (pais e professores) pedem mais, com muitos estudos e pesquisas a reforçar essa vontade. Fala-se na diminuição do bullying, mais idas à biblioteca, aumento do sucesso escolar, etc.. 

Essa é também a nossa posição. É que além de educar e ensinar, espera-se das escolas que sejam espaços livres com oportunidades para brincar e para socializar. Um smartphone, nem que seja “apenas” pela distração que provoca, acaba sendo um bloqueio a tudo isto.

Das escolas espera-se também uma atividade mais pró-ativa de educação para os media e com uma maior aposta em formações de literacia digital. Considerando o tempo que passam na escola e a sua importância, faz todo o sentido incluir a comunidade escolar nesta "luta"

 

4. Mais rua e mais autonomia

Quando digo "mais rua", refiro-me a promover a autonomia dos mais novos no mundo real. E isso vai de actos tão simples como brincar no recreio livremente a poder jogar à bola na rua, mas também a apanhar um autocarro, tocar às campainhas ou a explorar a cidade. 

Vivemos num país seguro, diz-nos a polícia e as fontes oficiais portuguesas. Portanto, não nos podemos deixar abalar pela perceção da realidade que nos inunda o feed do telemóvel ou os canais noticiosos. A promoção da autonomia, a par de correr riscos e viver experiências, é essencial para que as crianças cresçam menos ansiosas e mais confiantes. Se pode acontecer algo? Pode! Mas em casa fechados, também. E não é bom! Estudo de 300 universitários revelou que filhos de pais com um estilo helicopter parenting (entenda-se: pais sobreprotetores) apresentam pontuações inferiores ao nível do bem-estar psicológico, sendo mais propensos a usar medicação para ansiedade ou para depressão. Em alguns casos recorrem até a analgésicos sem receita, automedicando-se.

 

5. Educação digital nas escolas

A educação continua a ser a melhor arma para combater a ignorância e o medo. Ensinemos, então, aos mais novos o poder de questionar e de pensar: aquela notícia é verdadeira ou falsa? O que se pretende com aquela publicação? Porque é que o algoritmo me mostra isto? 

Perceber a lógica da tecnologia, em particular a sua essência comercial, é meio caminho andado para nos afastarmos dela e construirmos uma relação mais saudável com a mesma. Isto revela-se ainda mais importante, se considerarmos que em 2025, em Portugal, se registavam cerca de 7,49 milhões de perfis em redes sociais, ou seja, 72% da população!

 

Para levarmos isto a cabo é essencial apostar mais em informação, assim como diálogo, presença ativa e literacia digital em Portugal. Só assim podemos transformar o mundo online num espaço mais seguro, saudável e enriquecedor para crianças, adolescentes e jovens adultos.

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